Poderíamos definir a fotografia como o resultado da acção da luz sobre os sais de prata. Seria uma definição, além de incompleta, é muito materialista, porque a Fotografia, muito acima da sua técnica, é uma arte fotográfica.
O espírito artístico já se tinha manifestado no
quaternário, em plena pré-história.
Os seres humanos da Idade da Pedra ou do Paleolítico
(<10.000 a.C.) viviam como caçadores-coletores, era nômada, o sedentarismo
ainda vinha distante, com uma inteligência em embrião, nasceu para lutar e,
para se defender e se sustentar, só podia contar com a força muscular. O seu
alimento normal eram o que a natureza dava, plantas silvestres, e a carne dos
animais bravios que conseguia abater com as rudimentares armas de pederneira
que fabricavam, que serviam tanto para a caça como para a defesa.
A morte e a crueldade eram-lhe necessárias para
subsistir, mas mesmo assim, o homem do Paleolítico <10.000
a.C.), deixou para os séculos que o precedeu, a ideia de arte nas imagens do
seu conceito pictórico, a arte rupestre, que todos admiramos hoje.
Os grupos populacionais como nômades deslocavam-se
para procurar alimentos, procurando por isso abrigo em cavernas durante as
épocas de baixas temperaturas. São dessa época as primeiras expressões de arte,
a arte rupestre inscrita nas paredes das cavernas.
As pinturas rupestres, vieram dar origem à criação de
uma arte, a pintura. Tinha também uma finalidade a do misticismo religioso, ao
pintarem as cenas de caça ou de guerra, essas imagens ajudavam a que pensassem
que iriam ter sorte quer na guerra quer na caça.
Com a continuidade e melhoramento da arte rupestre
começaram a representar figuras com movimento em detrimento das figuras
estáticas.
O conhecimento do principio óptico da Câmara
Escura remonta ao século V a. C ao chinês Mo Tzu, e também ao grego
Aristóteles no século IV a. C. Apesar de haver referências à sua utilização ao
longo de várias épocas, foi no período do Renascimento que voltou a ser
valorizada.
1515 - O italiano
Leonardo da Vinci descreve cientificamente a câmera escura. Precursora das
câmeras fotográficas actuais, consiste em uma sala totalmente escura, com um
pequeno orifício em uma das paredes através do qual a luz passa, projectando
imagens invertidas dos objectos externos na parede oposta à abertura. No final
do século XVI, colocam-se lentes no orifício para melhorar a projecção das
imagens. Nesse período, a câmera escura era usada pêlos pintores para copiar
imagens da natureza, embora já fosse conhecida desde a Grécia antiga onde era
utilizada para visualizar os eclipses.
1521 -
Cesar Cesariano, discípulo de Leonardo da Vinci deu-lhe também relevo.
1544 - A primeira
ilustração foi publicada de uma Câmara Escura por Jemme
Reinerrsxoon Frisius, físico e matemático holandês.
1558 - O
cientista napolitano Giovanni Baptista della Porta publicou uma descrição
completada no seu livro "Magia Naturalis sive Miraculis Rerum
Naturalium" o que veio a contribuir para a sua utilização como auxiliar de
desenho e à pintura de artistas menos dotados.
1727 - O
professor alemão Johann Heinrich Schulze constata que a luz provoca o
escurecimento de sais de prata. Essa descoberta, em conjunto com a câmera
escura, fornece a tecnologia básica para o posterior desenvolvimento da
fotografia.
1826 -
Joseph-Nicéphore Niepce (1765-1833) era conhecido, sobretudo como litógrafo,
actividade onde obteve muitos êxitos. através da utilização desta técnica
concebeu a ideia de aplicar na pedra de impressão (litografia) não só os
desenhos feitos por artistas, mas também as imagens obtidas na sua câmara
escura.
A Câmara Escura
As imagens obtidas através da luz que entrava na
camara escura e reproduzia as imagens, foram baptizadas de heliografias
(registo solar) são as primeiras fotografias que se conhecem. Ele reuniu o
principio da camara escura e os seus conhecimentos em substâncias
fotossensíveis para conseguir uma imagem estável e totalmente "desenhada péla
luz".
A primeira foto conhecida foi tirada por
Joseph-Nicéphore Niepce em 1826. Para fixar as imagens, algo que o inglês
Wedgwood nunca conseguiu, o francês Niepce tratou com uma solução de ácido
nítrico as imagens obtidas sobre papel banhado em cloreto de prata.
Na prática, a heliografia consiste em utilizar uma lâmina de zinco ou pedra litográfica sobre a qual se estende protegendo-a da luz, uma camada de asfalto dissolvido em essência de lavanda. Põe-se ao sol, sob um positivo e revela-se. No preparo da lâmina, usam-se processos litográficos. Com Niepce, estava inventada a fotografia.
1835 - O pintor
francês Louis Daguerre descobre que placas de cobre cobertas com sais de prata
conseguem captar imagens, que podem se tornar visíveis ao ser expostas ao vapor
de mercúrio. Isso o leva a desenvolver, em 1939, o daguerreótipo, aparelho capaz
de fixar a imagem com um tempo menor de exposição (em geral 30 minutos), o que
possibilita realizar fotografias mais rápidas. Cada uma ainda é exemplar único,
do qual não é possível fazer cópias.
1839-1840 -
O físico britânico William Henry Fox Talbot cria uma base de papel emulsionada
com sais de prata que registra uma matriz em negativo a partir da qual é
possível fazer cópias positivas. Esse processo, chamado de calótipo e
patenteado em 1841, é mais barato do que o de Daguerre, tornando a fotografia
mais acessível e mais presente na vida das pessoas. Entre 1844 e 1846 Talbot
publica The Pencil of Nature, o primeiro livro ilustrado com fotografias.
1840 - O
norte-americano Alexander Wolcott abre o primeiro estúdio fotográfico do mundo
em Nova York (EUA), onde realiza pequenos retractos com um daguerreótipo. No
ano seguinte, começa a funcionar o primeiro estúdio europeu, em Londres (Reino
Unido), dirigido pêlo fotógrafo britânico Richard Beard.
1851 - O escultor
britânico Frederick Scott Archer desenvolve o processo chamado de colódio húmido,
negativo feito sobre placas de vidro sensibilizadas com uma solução de
nitrocelulose com álcool e éter. O fotógrafo tem de sensibilizar a placa
imediatamente antes da exposição e revelar a imagem logo depois. Esse processo
é 20 vezes mais rápido que os anteriores e os negativos apresentam uma riqueza
de detalhes semelhante à do daguerreótipo, com a vantagem de permitir a
produção de várias cópias.
1854-1910 -
Nesse período desenvolve-se o movimento denominado pictorialismo, que se
caracteriza por uma tentativa de aproximação da fotografia com a pintura. Para
isso, os fotógrafos retocam e pintam as fotos, riscam os negativos ou embaçam
as imagens. Também empregam em suas obras composições e assuntos
característicos da pintura. Seus temas são, em geral, paisagem, natureza-morta
e retracto. Entre os grandes fotógrafos dessa fase está o francês Félix Nadar,
o primeiro a realizar fotos aéreas a partir de um balão, em 1858. Apesar do
preconceito de alguns pintores em relação à fotografia, vários se baseiam em
fotos para pintar, como os franceses Ingres e Delacroix e, posteriormente,
muitos impressionistas.
1855 - O
britânico Roger Fenton fotografa durante quatro meses a Guerra da Criméia
(1853-1856). Para fazer seu trabalho, transforma uma carruagem puxada por
cavalos em quarto escuro, onde revela as chapas. Ao todo, produz 360
fotografias. Realiza assim a primeira grande documentação de uma guerra e dá
início ao fotojornalismo.
1861-1865 -
O norte-americano Mathew Brady faz a cobertura da Guerra Civil Americana e
torna-se um dos primeiros fotojornalistas do mundo. 1871 - O médico britânico
Richard Maddox cria as chapas secas de gelatina com sais de prata, em
substituição ao colódio húmido. Fabricadas em larga escala a partir de 1878,
marcam o início da fotografia moderna. A grande vantagem em relação ao colódio húmido
é que os fotógrafos podem comprar as chapas já sensibilizadas quimicamente, em
vez de ter de prepará-las antes da exposição.
1878 - O inglês
Edward Muybridge reproduz em fotografia o movimento de um cavalo galopando.
1880 - Publicação
da primeira fotografia péla imprensa, na capa do jornal Daily Herald, de Nova
York (EUA). Mas somente no início do século XX o uso de fotografias nos jornais
e revistas torna-se comum.
1882 - O francês
Aphonse Bertillon inventa o sistema de identificação de criminosos através da
ampliação fotográfica das impressões digitais.
1888 - O
norte-americano George Eastman desenvolve a primeira câmera portátil, a Kodak,
vendida com um filme em rolo de papel suficiente para tirar 100 fotografias.
Terminado o rolo, o cliente manda a câmera inteira para a empresa Eastman, que
revela o filme e faz as cópias, devolvendo o aparelho com um novo rolo de
filme. O lema da Eastman é "Você aperta o botão, nós fazemos o
resto". A simplicidade da câmera Kodak é responsável pela popularização da
fotografia amadora. No ano seguinte, Eastman substitui o filme de papel por um
de plástico transparente à base de nitrocelulose.
1902 - O
norte-americano Alfred Stieglitz funda o movimento fotossecessão, no qual a
foto passa a ser valorizada como expressão artística própria, diferente das
demais artes. Os fotossecessionistas defendem a fotografia sem retoques ou
manipulação nos negativos e nas cópias, em reacção ao pictorialismo. A
fotografia se aproxima do abstracionismo, com ênfase na forma e não no objecto
em si. O trabalho dos fotossecessionistas é divulgado pela revista Camera Work,
fundada por Stieglitz e publicada entre 1903 e 1917. Edward Steichen, Alvin
Langdon Coburn e Paul Strand estão entre os principais nomes do movimento.
1907 - Os
franceses Auguste e Louis Lumière introduzem o autochrome, o primeiro processo
fotográfico colorido. Consiste de uma placa de vidro coberta com grãos de amido
tingidos (que agem como filtros para as cores primárias) e de poeira preta (que
bloqueiam a luz não filtrada pêlo amido). Sobre essa placa preparada é colocada
uma fina camada de emulsão pancromática (sensível a todas as cores), obtendo-se
uma transparência colorida positiva.
1915 - Com o
aperfeiçoamento dos processos de impressão, os jornais diários começam a
utilizar a fotografia com mais frequência para ilustrar as reportagens, em
substituição ao desenho. A presença de fotos na imprensa firma-se com os
jornais Daily Mirror, de Londres (Reino Unido), e Ilustrated Daily News, de
Nova York (EUA).
1919-1938 -
Ao final da I Guerra Mundial, a fotografia liga-se a movimentos artísticos de
vanguarda, como o cubismo e o surrealismo. Fotógrafos como o norte-americano
Man Ray e o húngaro László Moholy-Nagy trabalham em estreita ligação com
pintores e outros artistas. As técnicas de fotomontagem (manipulação de
negativos) e fotograma (imagem directa sobre o papel fotográfico, sem o uso do
negativo e da câmera) são amplamente usadas.
1923 - O
norte-americano Edward Weston introduz a fotografia pura, sem retoques ou
manipulações. Ele adopta o uso mais realista e directo da câmera, com certa
ênfase na forma abstracta, porém sem impedir a identificação do objecto
fotografado.
1925 - Na
Alemanha surge um estilo realista conhecido como Nova Objectividade, que propõe
uma fotografia puramente objectiva, em oposição ao pictorialismo. Seu maior
representante é Albert Renger-Patzsch, autor de fotografias que se caracterizam
por linhas fortes, documentação factual e grande realismo. Outro expoente do
movimento é August Sander.
1925 - A empresa
alemã Leitz começa a comercializar a primeira câmera fotográfica 35 mm, a
Leica, inventada pêlo engenheiro Oskar Barnack. Ela dá um grande impulso ao
fotojornalismo por ser silenciosa, rápida, portátil e por ter disponíveis
diversos tipos de lentes e acessórios.
1928-1929 -
O fotojornalismo desenvolve-se na Alemanha nas revistas Berliner Illustrierte e
Münchener Illustrierte Presse. Os principais nomes dessa época são o alemão
Erich Salomon e o britânico Felix Man.
1929 - As
fotografias começam a ocupar grande espaço na publicidade, considerada um dos
principais processos de criação artística nesse período. Vários profissionais
importantes na época, como Cecil Beaton, Man Ray, Moholy-Nagy e Edward
Steichen, fazem fotografias publicitárias paralelamente ao seu trabalho
artístico pessoal.
1932 - O francês
Henri Cartier-Bresson começa sua carreira como fotojornalista, desenvolvendo um
estilo definido por ele como a busca pêlo "momento decisivo", isto é,
pêlo instante fugaz em que uma imagem se forma completamente em frente à câmera.
Por isso, não realiza nenhum tipo de retoque ou manipulação das imagens.
Cartier-Bresson torna-se o mais influente fotojornalista de sua época. Entre os
seguidores do seu estilo estão Robert Doisneau, Willy Ronis e Edouard Boubat.
1932 - Fundação
do grupo (64, nos Estados Unidos (EUA),elos fotógrafos Ansel Adams, Edward
Weston e seu filho Brett, Willard Van Dyke, Imogen Cunningham e Sonia
Noskowiak. O nome refere-se à mínima abertura das lentes (diafragma) que
permite a máxima profundidade de campo com o máximo de nitidez, a principal
proposta do grupo.
1933 - O
norte-americano Harold Edgerton desenvolve o flash electrónico.
1935 - Os
norte-americanos Leopold Godowsky Jr. e Leopold Mannes inventam o filme
Kodachrome, que permite a obtenção de transparências (slides) coloridas com
grande riqueza de detalhes e de tons, próprias para reprodução ou projecção.
1935-1943 -
A Farm Security Administration, entidade criada pêlo presidente norte-americano
Franklin Roosevelt para estudar e diminuir os problemas da população rural dos
Estados Unidos (EUA) durante a Grande Depressão, recorre à fotografia para
registrar suas actividades, dando impulso à fotografia documental e de denúncia
social. Destacam-se o trabalho dos fotógrafos Walker Evans, Dorothea Lange,
Margareth Bourke-White, Ben Shahn, Arthur Rothstein e Gordon Parks.
1936 - O
norte-americano Henry Luce funda a revista Life, nos Estados Unidos (EUA), com
o objectivo de substituir a fotografia acidental, improvisada, por uma edição
de fotografia planejada. Os fotógrafos a serviço da revista, um marco da
foto-reportagem mundial, são pautados para cada matéria e encorajados a
produzir uma grande quantidade de imagens para dar mais opções de escolha aos
editores. Vários dos principais nomes do fotojornalismo mundial trabalham para
a Life, entre eles Robert Capa, que faz a cobertura de guerras em todo o mundo,
durante vinte anos, até morrer no Vietnam, ao pisar em uma mina terrestre.
Entre suas fotos mais famosas estão Morte de um Soldado Legalista (soldado
sendo alvejado na Guerra Civil Espanhola, entre 1936-1939) e a série de imagens
feitas durante o desembarque das tropas aliadas na Normandia, em 1944, durante
a II Guerra Mundial.
1942 - A Kodak
introduz o filme Kodacolor, negativo colorido que permite a confecção de cópias
em cores. Em 20 anos, o Kodacolor torna-se o filme mais popular entre os
fotógrafos amadores. A empresa alemã Agfa, que havia desenvolvido o processo
negativo-positivo colorido Agfacolor em 1936, começa a comercializá-lo apenas
em 1949, devido à eclosão da II Guerra Mundial.
1945 - A empresa
austríaca Voigtländer desenvolve as lentes zoom, que permitem fotografar
objectos situados a grande distância da câmera.
1947 - Os
fotógrafos Robert Capa, Daniel Seymour, Henri Cartier-Bresson e George Rodger
fundam nos Estados Unidos (EUA) a agência cooperativa Magnum. Nela trabalham os
principais nomes do fotojornalismo mundial, entre eles o norte-americano Eugene
Smith, o suíço Werner Bischof e o brasileiro Sebastião Salgado.1948 - O
norte-americano Edwin Land desenvolve a câmera Polaroid, que tira fotos
instantâneas em preto e branco.
Década de 50 -
Após a II Guerra Mundial, uma corrente da fotografia volta a passar por uma
fase abstraccionista e deixa de ter o compromisso de registrar a realidade.
Adopta-se o uso expressivo e emocional das imagens. Nessa linha destaca-se o
trabalho do norte-americano Minor White. Para ele, a fotografia deve ser
transformada para que o espectador perceba a mensagem interior da imagem, não
visível na superfície. Outros representantes dessa corrente são Aaron Siskind,
Harry Callaham e Bill Brandt. No fotojornalismo, a cobertura fotográfica dos
acontecimentos no pós-guerra ganha fôlego com as revistas Time e Newsweek, nos
Estados Unidos (EUA); Paris Match, na França; e Der Spiegel e Stern, na
Alemanha.
1955 - O
fotógrafo norte-americano Edward Steichen organiza no Museu de Arte Moderna de
Nova York (MoMA) a exposição The Family of Man, uma selecção de cerca de 500
fotos tiradas em 68 países que registram todas as fases da vida humana, do
nascimento à morte. A exposição, que teve grande repercussão mundial e se
tornou um marco da fotografia documental, é levada a vários países e dá origem
a um livro com diversas edições.
1959 - Lançamento
do livro The Americans, do fotógrafo norte-americano Robert Frank, registro
fotográfico da viagem que fez pêlos EUA com o poeta beat Jack Kerouak. Frank
rompe com a tradição da fotografia documental, imparcial e distante, dando às
suas imagens um carácter subjectivo.
Década de 60 -
Nesse período desenvolve-se um grande intercâmbio entre o trabalho de
fotógrafos e artistas plásticos. Muitos fotógrafos usam técnicas manuais de
manipulação de imagens, como retoques e pinturas de negativos e de cópias. Os
pintores, por sua vez, imitam a visão fotográfica (figurativa) e introduzem
fotos em suas obras, por meio de colagem ou reprodução em silkscreen, como
ocorre na pop art, nos trabalhos dos norte-americanos Andy Warhol e James
Rosenquist. A fotografia também é bastante utilizada péla arte conceitual, como
meio para a expressão de um conceito.
1962 - Os
norte-americanos Emmett Leith e Juris Upatnieks e o soviético Yuri Denisyuk
desenvolvem simultaneamente a holografia, fotografia em três dimensões obtida
por meio da exposição de um filme ou chapa à luz de raio laser reflectida em um
objecto.
Década de 70 -
As fotografias ganham maior importância como obras de arte. Começam a ser
produzidas com mais frequência em formato de livro, são exibidas em galerias e
museus e compradas por coleccionadores. A fotografia passa também a ser objecto
de estudo académico, como arte que deve ser compreendida e estudada, a exemplo
das demais manifestações artísticas (pintura, música, literatura, entre
outras). A fotografia documental continua a ser desenvolvida, apesar de ter
perdido espaço para a televisão e o cinema. Aumenta o uso da cor, em especial
na fotografia de moda e de publicidade.
Década de 80 -
Nesse período, é reforçada a visão da fotografia como obra capaz de transmitir
informação e prazer, mas também como meio de comunicar mensagens políticas e
sociais. Cresce a importância da imagem fotográfica como instrumento da
publicidade. Um dos principais nomes da fotografia publicitária é o italiano
Oliviero Toscani, que causa polémica com as campanhas para a grife Benetton,
iniciadas em 1982, ao tratar de questões como violência e racismo em seus
trabalhos. Técnicas antigas de reprodução voltam a ser utilizadas para a
produção de imagens mais elaboradas e verifica-se uma tendência a se reduzir o
número de cópias de uma fotografia.
1981 - O
brasileiro Sebastião Salgado torna-se mundialmente conhecido ao ser o único
fotógrafo a registrar a tentativa de assassinato do presidente norte-americanos
Ronald Reagan. Representante da fotografia documental, Salgado se destaca nos
anos 80 e 90 por suas grandes foto-reportagens de denúncia social, publicadas
em livros como Sahel: l'Homme en Détresse (1986), Trabalhadores (1993)
e Terra (1997).
Década de 90 -
Intensifica-se o uso das câmeras digitais, principalmente no fotojornalismo e
na publicidade. Nessas câmeras, o filme é substituído por um disco ou cartão de
memória no qual as imagens são armazenadas digitalmente. Elas podem, assim, ser
transmitidas por meio de linha telefónica para um computador em qualquer lugar
do mundo de forma extremamente rápida, já que o processo digital elimina a
necessidade de revelação e ampliação.
1993 - Glass
Tears, de Man Ray, torna-se a fotografia mais cara do mundo, ao ser vendida por
US$ 65 mil.
1997 - A Maison Européenne de la Photographie (França) realiza a exposição Des Européens, que apresenta 20 fotos inéditas de Henri Cartier-Bresson. A mostra reúne ainda outras 160 imagens realizadas pelo fotógrafo francês entre os anos 30 e 70.
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