O elemento de maior relevo para formação da imagem na "câmara escura" de qualquer máquina do mais simples ao mais sofisticado é a Luz, quer no exterior a do Sol quer a artificial em exteriores ou interiores.
No caso da fotografiadigital, no lugar do filme está um sensor de imagem, como veremos no capítulo
dedicado a este tema.
Temos assim que para a
realização da fotografia são necessários quatro elementos:
- Luz solar ou artificial
Tecnicamente falando, a fotografia é o
processo de gravar luz numa superfície sensível, seja ela um filme ou um sensor
digital.
A luz é o componente principal da fotografia.
Sem luz, não há imagem. Ela pode ser natural, sol ou lua, ou artificial,
lâmpadas, LED ou flashes. A forma como a luz incide sobre o objecto influencia
directamente o contraste, a textura e a profundidade de campo.
O fotografo controla com essa luz entra
na câmara e atinge quer o filme ou o sensor quer seja analógica ou digita.
Há propriedades da luz como a
intensidade (brilho), a cor (temperatura de cor) e a direcção. A forma como a
luz interage com o assunto, se é difusa ou directa, suave ou dura, molda a
aparência da fotografia.
As câmaras usam fotómetros internos para
medirem a intensidade da luz que entra pela lente. Esta medição é crucial para
determinar as configurações de exposição correctas.
- Exposição
A exposição refere-se à quantidade total de luz que atinge o filme ou sensor da câmara durante a captura de uma fotografia. É a combinação de dois factores principais, a Velocidade do Obturador, a Abertura e a Sensibilidade ISO a que designamos como o Triângulo de Exposição.
- Velocidade do Obturador
A velocidade do obturador que é medida em segundos ou fracções de segundo, a velocidade do obturador controla por quanto tempo o sensor da câmara fica exposto à luz.
Tecnicamente o obturador é um mecanismo mecânico ou electrónico que abre e fecha, permitindo que a luz passe pela lente e atinja o filme ou o sensor.
Uma velocidade rápida congela o movimento, enquanto uma velocidade lenta permite que o movimento seja capturado como um borrão.
- Onde velocidades rápidas, na ordem dos 1/1000s, congelam os movimentos, é usada na fotografia de desporto.
- As velocidades mais lentas, na ordem dos 1s ou mais, criam imagens com movimento desfocado, como é o caso da fotografia nocturna de objectos em movimento com as luzes dos carros, ou para exposição prolongada de paisagens nocturnas.
- Abertura do Diafragma
É o tamanho da abertura da lente por onde a luz entra. É medido em números f/ (f/1.4; f/2.8; f/5.6; etc.), a abertura controla o tamanho da abertura dentro da lente por onde passa a luz.
- Tecnicamente a abertura é formada por um conjunto de laminas dentro da lente que se abrem e fecham para alterar o diâmetro da passagem da luz.
- Tem como impacto uma razão inversa das aberturas, isto é, uma abertura maior, ou seja, um número f/ menor, deixa entrar mais luz e cria uma menor profundidade de campo. Uma abertura, ou seja, um número f/ maior, deixa entrar menos luz e resulta numa maior profundidade de campo, tudo nítido.
- Sensibilidade ISO
A sensibilidade ISO é a sensibilidade do filme ou do sensor à luz. Embora não seja um controlo directo da luz que entra na lente, o ISO ajusta a sensibilidade do filme ou do sensor à luz.
- Tecnicamente aumentar o ISO amplifica o sinal eléctrico do senso, tornando-o mais sensível à luz.
- Tem como impacto um ISO mais alto permite fotografar em condições de pouca luz, mas pode introduzir ruido, isto é, grão na imagem.
Um ISO baixo (100-400) resulta em imagens mais limpas, enquanto um ISO alto (1600+) pode introduzir ruído digital.
- Conclusão
O objectivo é encontrar a combinação certa
na Velocidade do Obturador em sintonia com a Abertura e a Sensibilidade
ISO para obter uma exposição equilibrada, ou seja, uma imagem que não
esteja muito clara, superexpostas, nem muito escura, sobreexposta.
Estes três elementos
estão interligados no Triangulo da Exposição. Alterar um deles geralmente
requer ajustar um ou ambos dos outros dois e manter a mesma exposição. Por exemplo:
·
Ao diminuirmos a velocidade do obturador,
vamos deixar entra mais luz, vamos precisar de fechar a abertura, deixando assim
entrar menos luz, ou diminuir a sensibilidade ISO para evitar a superexposição.
·
Ao abrirmos a abertura, vamos deixar
entrar mais luz, vamos precisar de aumentar a velocidade do obturador, deixando
nesta situação entrar menos luz, ou diminuir a sensibilidade ISO.
·
A câmara tem incorporado um Fotómetro que
ajuda a determinar uma exposição “correcta” com base na leitura da luz. No entanto,
esta leitura não passa de uma sugestão. O fotografo pode intensionalmente subexpor
ou superexpor para criar um efeito especifico.
·
Por último temos de ter em conta que a “conclusão”
de uma fotografia vai além da exposição tecnicamente correcta. Envolve decisões
criativas sobre como usar a Luz, a Profundidade de Campo, controlada pela abertura
e o movimento, controlado pela velocidade do obturador, para transmitir uma
visão ou contar uma história.
Podemos resumir que a
fotografia na sua forma básica é a arte e a ciência de capturar a luz através
do controlo da exposição, que é determinado pela interacção entre a velocidade
do obturador, a abertura e a sensibilidade ISO. Ao dominar estes elementos
fundamentais é dado o primeiro passo para expressar a criatividade através da
objectiva.
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